A infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) e a obesidade são condições que podem levar ao desenvolvimento de esteatose hepática e diabetes mellitus (DM). Este estudo busca avaliar a prevalência de distúrbios metabólicos em pacientes obesos e portadores de hepatite C, além de comparar o perfil glicêmico entre esses grupos.
Autores
- Caroline de Jesus Correia
- Simone Muniz Carvalho Fernandes da Cunha
- Sidelcina Rugieri Pacheco
- Leila Maria Batista Araújo
- Vinicius Santos Nunes
- Maria Isabel Schinoni
Métodos
Foi realizado um estudo analítico com pacientes acompanhados nos ambulatórios de Hepatite C e Obesidade do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). As variáveis analisadas incluíram glicemia, hemoglobina glicada (A1C), esteatose hepática, HCV, estágio de fibrose hepática e dados sociodemográficos.
Resultados
No ambulatório de obesidade, foram avaliados 45 pacientes, dos quais 6,7% tinham hepatite C, 40% DM e entre 61-73% apresentavam esteatose hepática. Já no ambulatório de hepatologia, foram analisados 159 pacientes com HCV, dos quais 17,9% tinham obesidade, 18,9% DM e 27% esteatose hepática. Os resultados indicaram que pacientes obesos com DM conseguiram manter melhor controle glicêmico em comparação aos diabéticos com HCV.
Conclusões
A prevalência de hepatite C em pacientes obesos foi significativamente alta (6,7%) em comparação com a população de Salvador (1,5-1,8%). Os distúrbios metabólicos foram mais frequentes entre os obesos, mas os diabéticos obesos apresentaram melhor controle glicêmico do que os diabéticos com HCV. A esteatose hepática foi mais prevalente entre os obesos. Estes achados sugerem que a presença do HCV pode interferir no controle glicêmico, destacando a necessidade de abordagens específicas para o manejo dessas condições combinadas.