A lesão hepática induzida por ervas (HILI) é uma condição em que há agressão ao tecido hepático após a exposição a substâncias presentes em medicamentos, suplementos dietéticos e ervas. O diagnóstico de HILI é desafiador, pois muitas outras causas devem ser previamente excluídas. Este artigo apresenta o caso de uma mulher de 60 anos que usou Moringa oleifera e apresentou fadiga e elevação das enzimas hepáticas, que se resolveram após a suspensão do consumo.
Autores
- Vinícius Nunes
- Catarina Secundino
- Sarah de Souza Lira Gameleira
- Raymundo Paraná
- Maria Isabel Schinoni
Métodos
O estudo relata um caso clínico de uma paciente de 60 anos com histórico de hipotireoidismo, dislipidemia, melanoma e doença do refluxo gastroesofágico. A paciente apresentou hepatite aguda leve após o uso de Moringa oleifera e Ezetimibe. A investigação incluiu exames laboratoriais, ultrassonografia abdominal e colangiorressonância, além da aplicação do método de avaliação de causalidade de Roussel Uclaf (RUCAM).
Resultados
Após a suspensão do uso de Moringa oleifera e Ezetimibe, as enzimas hepáticas da paciente voltaram a níveis quase normais. No entanto, após reintroduzir o uso de Moringa oleifera, a paciente apresentou novamente fadiga e elevação das enzimas hepáticas. A retirada definitiva do consumo da erva resultou em recuperação clínica e normalização dos padrões bioquímicos.
Conclusões
Apesar de Moringa oleifera ser amplamente utilizada como complemento dietético devido aos seus benefícios à saúde, sua composição pode ser prejudicial ao fígado. Este caso ressalta a importância de relatos de casos para identificar ervas que, embora sejam consideradas benéficas, podem ser tóxicas para a saúde.