Estudo sobre lesão hepática induzida por nitrofurantoína revela riscos significativos, com foco em pacientes na América Latina e Espanha. Importante para prescrição médica.
Ilustração de um estudo médico sobre lesão hepática induzida por nitrofurantoína, mostrando um fígado com áreas destacadas de lesão, documentos de pesquisa, gráficos e a molécula de nitrofurantoína, com referências à América Latina e Espanha.

A nitrofurantoína é um antibiótico sintético recomendado como tratamento de primeira linha para infecções urinárias não complicadas. Com o aumento de prescrições, especialmente em países da América Latina, surgiram preocupações quanto aos seus efeitos adversos, incluindo a lesão hepática induzida por drogas (DILI). Este estudo descreve as características demográficas, clínicas, bioquímicas e os desfechos de lesão hepática induzida por nitrofurantoína.

Autores

Fernando Bessone, Antonella Ferrari, Nelia Hernandez, Manuel Mendizabal, Ezequiel Ridruejo, Alina Zerega, Federico Tanno, Maria Virginia Reggiardo, Julio Vorobioff, Hugo Tanno, Marco Arrese, Vinicius Nunes, Martin Tagle, Inmaculada Medina-Caliz, Mercedes Robles-Diaz, Hao Niu, Ismael Alvarez-Alvarez, Camilla Stephens, M. Isabel Lucena, Raul J. Andrade.

Métodos

Foram analisados 23 casos de lesão hepática induzida por nitrofurantoína, registrados na Rede Latino-Americana de DILI (LATINDILI) e no Registro Espanhol de DILI. A causalidade foi avaliada pelas escalas RUCAM e RECAM. Dados demográficos, clínicos e bioquímicos foram coletados e analisados estatisticamente.

Resultados

Dos 23 casos, 96% eram mulheres com idade média de 61 anos. O tempo médio de exposição à droga foi de 175 dias. O padrão mais comum de lesão hepática foi o dano hepatocelular (83%), com 52% dos pacientes apresentando-se assintomáticos. Nenhum caso resultou em morte ou transplante hepático. A maioria dos pacientes (65%) apresentou títulos positivos de autoanticorpos. O tempo médio para resolução foi de 81 dias, com 83% dos pacientes recuperados em seis meses. Cinco pacientes desenvolveram hepatite autoimune-like induzida por nitrofurantoína, necessitando de tratamento imunossupressor.

Conclusões

A nitrofurantoína pode induzir lesão hepática, frequentemente com padrão hepatocelular e apresentação assintomática. Clinicamente, é importante que os médicos estejam cientes do risco de hepatite autoimune-like em pacientes com uso prolongado da droga.

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